A nossa Amazônia!

A nossa Amazônia!
Foto: Arnoldo Santos/ Lago do Curuçá/ Rio Solimões/ Município do Careiro

quarta-feira, 26 de maio de 2010

AONDE VAI O FESTIVAL DE PARINTINS?

O festival folclórico de Parintins não é mais o mesmo. Desde que os bois assinaram contrato em 1999, mudando de rede de comunicação e concedendo os direitos de imagem de arena, leia-se de transmissão do evento, a queda de popularidade vem sendo vertiginosa e permanente. É fácil entender o porquê. Uma manifestação localizada, como é o festival dos parintinenses, só pode ser adotada pela massa se for levada à massificação por intermédio da mídia. Mas não fica só nisso. É preciso popularizar a manifestação ao nível de consumo doméstico. Quero dizer que, não falando em modismo, a manifestação tem de se tornar corriqueira, diária, independente de horário, classe social, local de venda, dial ou tipo de festa. O festival dos bois tinha de estar sendo "disputado" fora da arena, em forma de consumo popular cultural. Não basta transmitir a festa nos seus 3 dias, nem fazer uma cobertura pesada nos dias que antecedem, e também não adianta fazer um programa de tv em um horário apenas. A masssificação tem de passar pelas lojas de discos, a venderem os CDs escancaradamente, como produtos principais, e não nas prateleiras das promoções. Temos de buscar o ponto em que as todas de boi tomem lugar das músicas de forró que saem das aparelhagens gigantes dos automóveis que páriam nos calçadões das "pontas negras" das vida. Temos de ver mais as pessoas vestindo as camisas dos bois, os personagens sendo entrevistados, participando de promções e talks shows. Em suma, o festival tem de ser um produto divulgado em todos os ambientes, de maneira vertical e horizontal dentro da sociedade. Cadê as festas nos bairros com os bois? Cadê os programas em horário nobre? Cadê as rádios tocando toadas em toda a programação, não sendo apenas nos horários de programas pagos?
Não desmerecendo o esforço das redes de comunicação que tentaram fazer um bom trabalho, mas o resultado é real. Não se vê mais, não se curte mais, não se consome mais boibumbá com antigamente. E não é por falta de beleza, de consistência folclórica, de diversidade, de talento afinal. Mas ninguém vai atrás do que não se ouve falar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário