A nossa Amazônia!

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Foto: Arnoldo Santos/ Lago do Curuçá/ Rio Solimões/ Município do Careiro

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Um "índio" amazonense conversando, nas alturas, com um paulista

Eis que me mandam a reprodução do que teria sido a conversa do meu querido amigo, Rui Silva, um dos mais respeitados cinegrafistas do Amazonas (TV A Crítica), com um paulista, durante vôo São Paulo - Rio de Janeiro. Resolvi postar aqui porque, além de ser realmente a "cara" do Rui, mesmo que não tenha sido verdade, valeria a pena ser.


Diálogo em monólogo...

Rui Silva é dos caboclos que se deram bem em Manaus. Cinegrafista,
Viajava para fazer um curso no 'sul' (no eixo Rio de Janeiro-São Paulo). No avião, um paulista puxa conversa:

- Então, você é de Manaus?

- Sim, sou.

- E é verdade que lá tem muito índio?

- Sim, tem sim - responde Rui, enfastiado.

- Então, vocês devem ter muito artesanato também...

- Sim... Lá a gente tem muito artesanato. Inclusive, lá na sua casa deve ter alguma coisa do artesanato indígena que a gente faz em Manaus.

- Sério? Não acredito. Não tem nada de artesanato lá.

- Você não tem TV? DVD? Computador?

- Tenho, sim.

- Então... O que vocês chamam de tecnologia, a gente chama de artesanato.

Tudo isso aí é feito pelos 'índios' de Manaus.

Passando à frente o que o Luís Fernando Veríssimo disse sobre o BBB10

Em tempos que retuitar, além de ter virado um novo verbo do português informal, significa repassar uma idéia, eis que aproveito o texto do gaúcho Luís Fernando Veríssimo escrito sobre o Big Brother Brasil. Tem coisas que a gente fala pela boca dos outros. Por isso resolvi reproduzir aqui o que este gaúcho, que não gosta de chimarrão, escreveu sobre esta pérola da TV brasileira.

Leiam abaixo:


BBB 10

"A Vergonha” - crônica de Luiz Fernando Veríssimo sobre o BBB

Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço. A décima (está indo longe) edição do BBB é uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser difícil encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência.

Dizem que Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo, principalmente pela banalização do sexo. O BBB 10 é a pura e suprema banalização do sexo. Impossível assistir ver este programa ao lado dos filhos. Gays, lésbicas, heteros... todos na mesma casa, a casa dos “heróis”, como são chamados por Pedro Bial. Não tenho nada contra gays, acho que cada um faz da vida o que quer, mas sou contra safadeza ao vivo na TV, seja entre homossexuais ou heterosexuais. O BBB 10 é a realidade em busca do IBOPE.

Veja como Pedro Bial tratou os participantes do BBB 10. Ele prometeu um “zoológico humano divertido” . Não sei se será divertido, mas parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas.

Se entendi corretamente as apresentações, são 15 os “animais” do “zoológico”: o judeu tarado, o gay afeminado, a dentista gostosa, o negro com suingue, a nerd tímida, a gostosa com bundão, a “não sou piranha mas não sou santa”, o modelo Mr. Maringá, a lésbica convicta, a DJ intelectual, o carioca marrento, o maquiador drag-queen e a PM que gosta de apanhar (essa é para acabar!!!).

Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível. Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo. Eu gostaria de perguntar se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade.

Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis? São esses nossos exemplos de heróis?

Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros, profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores), carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor e quase sempre são mal remunerados..

Heróis são milhares de brasileiros que sequer tem um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir, e conseguem sobreviver a isso todo santo dia.

Heróis são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna.

Heróis são inúmeras pessoas, entidades sociais e beneficentes, ONGs, voluntários, igrejas e hospitais que se dedicam ao cuidado de carentes, doentes e necessitados (vamos lembrar de nossa eterna heroína Zilda Arns).

Heróis são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada meses atrás pela própria Rede Globo.

O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral. São apenas pessoas que se prestam a comer, beber, tomar sol, fofocar, dormir e agir estupidamente para que, ao final do programa, o “escolhido” receba um milhão e meio de reais. E ai vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a "entender o comportamento humano". Ah, tenha dó!!!

Veja o que está por de tra$$$$$$$$$$$$$$$$ do BBB: José Neumani da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão.

Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social, moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros?

(Poderia ser feito mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores )

Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores.

Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa...., ir ao cinema..., estudar... , ouvir boa música..., cuidar das flores e jardins... , telefonar para um amigo... , visitar os avós... , pescar..., brincar com as crianças... , namorar... ou simplesmente dormir. Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construído nossa sociedade.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Jornalista é confundido com aliciador de menores e passa sufoco nas mãos da PM

Um jornalista do Espírito Santo, que pediu para não ter sua identidade revelada, passou por maus momentos na semana passada, no centro de Manaus, nas mãos de policiais militares. Acompanhado de sua esposa e de dois filhos, um casal de nove anos cada uma das crianças, ele foi vítima de uma denúncia, depois confirmada como sem procedência, de que estaria aliciando menores na região central da cidade. Uma mulher, de que o jornalista não teve condições de apurar sua identidade, teria denunciado à PM a suposta ação de aliciamento.

A família estava passeando na área do Largo de São Sebastião quando foi, literalmente, cercada por cerca de oito policiais militares, alguns armados de metralhadora. Segundo os relatos do jornalista, os PMs já foram cercando a família, dizendo que era a averiguação de uma denúncia. Indagando sobre de que denúncia estava sendo alvo, o jornalista não obteve resposta, mas continuou sendo mantido privado de sua liberdade de ir e vir. A esposa, que é formada em direito e trabalha na vara da Infância de Juventude de Vitória, retrucou sobre o porquê deles estarem sendo abordados daquela maneira. Foi quando os policiais disseram que uma mulher tinha denunciado os dois por suposto aliciamento de menores naquela área.

O casal está junto há dois anos e, portanto, as crianças não se parecem com o esposo. Daí, a suposição é de que a não aparência física tenha levado à denúncia. Porém, o que mais revoltou o casal foi a abordagem truculenta dos policiais, mantendo a família inteira sob pressão das armas e da arrogância da aspirante a oficial que estava no comando da equipe. Tirando o constrangimento dos adultos e também das crianças, fica a pergunta no ar. O que uma denúncia mau apurada, além de mal formulada, pode causar? No mínimo a revolta e o desejo de nunca mais voltar à cidade. “O nosso desejo era de pegar o primeiro avião e ir embora daqui. No dia seguinte, não tínhamos nem mais vontade de conhecer nada mais dessa cidade. Eu nunca mais quero voltar aqui...”, disse a esposa. Quanto ao jornalista, que trabalha há vários anos como editor de uma televisão local de Vitória, disse que apenas queria informar à Corregedoria da PM o fato ocorrido. 

Para nós, amazonenses, que costumamos viajar para outras cidades, fica a reflexão. Ponho-me no lugar do colega, de quem tive a oportunidade de ouvir pessoalmente o relato desses momentos traumatizantes. Não acho que teria a mesma serenidade de passar por tudo aquilo sem perder a calma e até incorrer no famoso “desacato à autoridade”. 

“O pior é que depois que tudo foi esclarecido, a mulher que fez a denúncia simplesmente desapareceu. E a aspirante não teve sequer a iniciativa de pedir desculpas a nós...”, relata o colega jornalista, para o qual torço que esta atitude infeliz dos nossos conterrâneos não os impeça de voltar.

Conversando com um outro amigo, dessa vez um oficial graduado da PM, tive um resumo claro do que possa ter acontecido por parte da policial que comandava a ação. “Foi pura inexperiência da aspirante. Não se aborda ninguém sem antes apurar direitinho a denúncia...”, resume o oficial.

Infelizmente, a família de visitantes já partiu de volta à sua terra capixaba. Não teremos como levar adiante uma ação mais concreta para que os abusados fossem punidos de alguma forma. Mas fica o registro do blog. E se fosse com você?

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Futilidade para começar o ano: massa gostosa e fácil de fazer

Tudo bem, parece que o ano começou preguiçoso para mim. As coisas vêm em forma homeopática, quase em gotas. Mas a paciência é uma virtude e eu acredito nela. Daí que, sem muita inspiração para colocar algo mais contundente no blog, vou de receita de massa. Se bem que eu adoro massa. Vai aí um fettuccine?


1/3 do pacote de fettuccine
2 colheres (sopa) de azeite de oliva
1 colher (sopa) de manjericão fresco
1 colher (sopa) de tomilho fresco (ou seco)
1 colher (sopa) de alecrim fresco (ou seco)
2 colheres (chá) de salsinha picada
1 colher (chá) de sal

Cozinhe o fettuccine al dente, escorra e reserve. Aqueça metade do azeite com as ervas. Misture o fettuccine delicadamente e regue com o restante do azeite,

Dica: Pode acrescentar 2 colher de creme de leite ao azeite com as ervas.