A nossa Amazônia!

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Foto: Arnoldo Santos/ Lago do Curuçá/ Rio Solimões/ Município do Careiro

terça-feira, 26 de outubro de 2010

O VELHO "NEGRO" VOLTA A SUBIR...SERÁ O REPIQUETE?


Esta matéria saiu no Portal Terra na manhã desta terça-feira, 26. Lembrou meu Pai, que sempre me falou do tal do repiquete. Desde criança, essa palavra me chama a atenção. Natureza é sábia mesmo! Alguma coisa, ela quer nos dizer, não?
Então...
O nível da água do rio Negro, que atingiu no último domingo a menor cota já registrada, voltou a subir nas últimas 24 horas. Na manhã desta terça-feira, a cota do rio medida pelo Porto de Manaus (AM) mediu 13,68 m, o que significa uma elevação de 5 cm em relação a domingo.
Apesar da subida da água, os responsáveis pelo monitoramento das águas em todo o Estado do Amazonas não confirmam o retrocesso do processo de vazante. "Ainda não dá pra dizer que o rio Negro parou sua vazante. Isso porque em Tabatinga, na fronteira do Brasil com o Peru e Colômbia, o rio Solimões voltou a descer 9 cm", informou o chefe do setor de hidrologia do Serviço Geológico Brasileiro, Daniel Oliveira.
Os especialistas em ciclos hidrológicos afirmam que pode estar ocorrendo o fenômeno conhecido como "repiquete", que é uma subida repentina do nível do rio em pleno processo de descida.
A foto acima foi tirada na tarde do último sábado. O navio encalhado é de bandeira brasileira, particular e está no Porto do Bibi, logo abaixo do Porto Chibatão, onde houve um grande deslizamento de terra no último dia  17.
(foto: Arnoldo Santos)

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

DEPOIS DE BATER RECORDE HISTÓRICO, RIO NEGRO DEVE CONTINUAR BAIXANDO POR MAIS 15 DIAS


A vazante do rio Negro, que atingiu o menor nível de água desde 1902, quando o monitoramento começou a ser feito pelo Porto de Manaus, deve parar dentro de 15 a 20 dias. O prognóstico foi feito neste domingo à reportagem do Terra pelo engenheiro Daniel Oliveira, chefe do setor de hidrologia do Serviço Geológico Brasileiro. “A tendência é que essa descida vá diminuindo a média de centímetros por dia a tudo se normalize nos próximos dias”, confirmou Daniel. A expectativa pode ser confirmada também pelo início da descida das águas do rio Solimões, na região de fronteira, o que aconteceu no dia 12 de outubro. Mas antes da vazante deste ano terminar, o fenômeno já mudou paisagens, gerou prejuízos materiais e deixou pelo menos 62 mil famílias afetadas pela seca.

No interior do estado, 38 detectaram situação de emergência. A maioria deles, no rio Solimões. “Apesar de Tabatinga (alto rio Solimões) já estar com rio subindo, nós ainda vamos enfrentar aí pelos próximos 15 dias essa forte estiagem”, diz o secretário da Defesa Civil do Amazonas, Roberto Rocha. Por isso o Exército e o Governo do Amazonas anunciaram que começam, nesta segunda-feira, a transportar por helicópteros mantimentos de primeira necessidade, como produtos de higiene e água. O primeiro município a ser atendido é Tefé, localizado no rio Solimões, a 575 quilômetros de Manaus, onde serão visitadas as comunidades de Caiambé e Bacuri. Na sexta-feira passada, o Ministério da Integração Nacional autorizou o repasse de R$ 23 milhões para ações de socorro e assistência aos municípios atingidos pela seca. Os recursos serão empregados na aquisição de cestas básicas, filtros purificadores, motobomba, equipamentos para fornecimento de água potável e barracas, além da locação de carros-pipa e caminhões.

Em Manaus, a orla da cidade virou um cemitério de barcos encalhados, aparentemente abandonados pelos proprietários. Alguns viraram moradia para urubus, como no porto da Panair, o maior entreposto de pescado da capital, por onde chegam a passar 160 toneladas de peixe por mês. Na zona Sul de Manaus, onde fica a maioria das empresas de navegação e estaleiros, grandes balsas de metal e até um grande navio cargueiro jazem no meio da terra. “Eu nunca vi o rio tão baixo. Todo ano, a água desce, mas esta vez foi muito...”, diz o vigia de um dos estaleiros, Francisco Matos.

A navegação continua afetada e, a cada dia que passa, torna-se mais perigoso viajar pelos rios da região. “O comandante do barco vinha todo tempo preocupado com os navios que passavam muito perto uns dos outros. Na viagem, nós passamos por vários deles porque a maioria não está viajando à noite”, disse o empresário Paulo Araújo. Ele chegou a Manaus vindo de Parintins, no rio Amazonas, neste domingo. Viajou cerca de 20 horas subindo o rio em um barco de passageiros. Para diminuir o risco de acidentes, a Marinha do Brasil, por intermédio da Capitania dos Portos, já emitiu um alerta a todos os donos e comandantes de embarcações que evitassem as viagens noturnas, principalmente pelos rios mais afetadas pela seca.


Por enquanto, a situação dá apenas indícios que pode diminuir. A vazante do rio Negro chegou a manter uma média de 22 cm de descida, segundo dados do Serviço Geológico Brasileiro. Nas últimas duas semanas, baixou para 16 e, do sábado (23) para o domingo, baixou 13 cm. A cota da água do rio Negro, registrada na manhã deste domingo, foi de 13,63 metros, um centímetro a menos do que a menor conta já registrada nos últimos 108 anos. A medição do rio Negro é feita diariamente pelo setor de hidrologia do Porto de Manaus. Nela, os anos históricos de vazante e enchente ficam registrados. O rio está tão seco que não há lugar onde colocar a marca de 2010. (Texto e fotos: Arnoldo Santos)