A nossa Amazônia!

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Foto: Arnoldo Santos/ Lago do Curuçá/ Rio Solimões/ Município do Careiro

terça-feira, 23 de março de 2010

PRÊMIO NOBEL DA PAZ VEM A MANAUS FALAR DE AMAZÔNIA

Desde que ganhou o Nobel da Paz e teve o documentário Uma Verdade Inconveniente, o qual protagonizou, premiado com o Oscar, os dois fatos em 2007, o “ex-futuro presidente dos EUA”, como costuma de se chamar, Al Gore se tornou um dos mais conhecidos defensores de medidas urgentes para brecar as consequências catastróficas das mudanças climáticas do planeta. As pregações de Gore se baseiam em duas idéias principais: as de que as soluções devem partir de uma escolha coletiva mundial, mas que isso só pode sair do papel se houver vontade política. Das duas premissas surgem também o otimismo de Gore diante das soluções já disponíveis do Mundo e o alerta de que os maiores países poluidores têm de fazer sua parte, evoluindo com suas respectivas políticas ambientais o que significa leis que garantam a sustentabilidade do uso dos recursos.

Vice-presidente da gestão de Bil Clinton, o norte-americano Albert Arnold Gore Jr, que completa no próximo dia 31 de março 62 anos, é um dos palestrantes do Fórum Internacional de Sustentabilidade que acontece em Manaus (AM) nos dias 26 e 27 (sexta e sábado). Além de Gore, estão confirmadas as presenças de mais dois nomes ligados à causa internacional ambiental: o cientista Tom Lovejoy e o cineasta James Camerom, diretor das duas maiores bilheterias da história do cinema. Avatar e Titanic.

Gore deve ter uma platéia bem definida e selecionada, justamente o público para quem ele destina a maior parte de seu discurso. O fórum espera reunir mais de 300 empresários e líderes políticos brasileiros. Isso porque o discurso dele baseia-se na união de evolução tecnológica que gere novas matrizes de produção e distribuição de energia. Tanto que sempre cita as iniciativas de implementação de redes inteligentes que usem, por exemplo, a energia produzida por biomassa (como o biocombustível da cana-de-acúcar), a energia eólica e a solar. Com tecnologia disponível precisa-se da adesão dos empresários para que mudem paradigmas históricos de produção. Aceitem gastar mais, investir em tecnologia em seus parques industriais para que se obtenham produtos tanto quanto aceitáveis no mercado porém com o preço ambiental menor. No meio dessa combinação tecnologia-mercado, ficam os governos com a responsabiliade de implementarem suas políticas ambientais de maneira a organizar e sistematizar planos de compensação aos que não deixam de poluir, mas os que conseguem manter seus recursos o mais intactos possíveis. Nessa lógica é que Gore sai pelo mundo defendendo também a criação do imposto sobre carbono, aquela compensação internacional dos países que conseguem manter o menor possível a degradação de seu meio ambiente. Teoria que cabe muito bem na tese do imposto sobre q quantidade de carnono que a Amazônia consegue absorver pela sua floresta mantida de pé.

Na platéia do fórum, estarão cientistas, empresários e políticos, os três atores principais indicados por Gore para que esta novela tenha um final feliz. Em termos de lucidez de mensagem, o documentário de que participou chama atenção pela sua objetividade e didática. Uma linguagem simplificada pela tecnologia dos gráficos, edição e roteiro. Facilmente entendida por qualquer platéia estudantil. Mas parece que Gore não pensava em falar fácil para atingir estudantes ou o povo em geral. Era mesmo para que os verdadeiros atores da escolha coletiva, necessária para brecar o ocaso ambiental do planeta, não tenham a chance de dizer que não entenderam os alertas dados por ele nos últimos três anos em pelo menos 30 grandes encontros chamados “cúpulas de soluções” pelo mundo. Manaus deve ser mais uma das pregações do profeta que não quer ver suas visões negativas de futuro concretizadas. Por isso divulga otimismo como ingrediente psicológico principal para mobilizar a minoria poderosa que realmente pode fazer alguma coisa pelo planeta.

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