A nossa Amazônia!

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Foto: Arnoldo Santos/ Lago do Curuçá/ Rio Solimões/ Município do Careiro

terça-feira, 23 de março de 2010

DIRETOR DE AVATAR VAI FALAR DE SUAS EXPERIÊNCIAS AMBIENTALISTAS EM MANAUS

O cineasta canadense James Cameron completa 57 anos em agosto deste ano.  É de se imaginar que sua infância, vivida em boa parte próxima ao espetáculo natural das Cachoeiras do Niágara (fronteira Canadá/EUA), teve algum ingrediente marcante relacionado com o meio ambiente. Daí que a maior obra, em termos de bilheteria do, hoje, cineasta Cameron, ter um roteiro que alerta para a exploração abusiva dos recursos naturais, o descaso com as populações tradicionais e o descontrole ético da exploração comercial, não é de se admirar. Já com uma indiscutível presença marcada na história do cinema mundial, pelos sucessos como Exterminador do Furturo, Aliens e Titanic, e por aspectos ímpares de bastidores como ter sido o homem que introduziu mulheres como suas protagonistas (Sigourney Weaver em Aliens, por exemplo), a criação de Avatar deixa Cameron credenciado para estar presente em mesas onde cinema é apenas coadjuvante entre os assuntos principais. Ele é o homem que colocou na telona uma obra com discurso ambiental para nada mais do que 7,5 milhões espectadores, seguidores em potencial de qualquer mensagem panfletária.
As experiências pessoais do cineasta mostrando o porquê da importância da preservação da Amazônia são o tema da palestra que Cameron profere no Fórum Internacional de Sustentabilidade, que acontece em Manaus (AM) nos dias 26 de 27 de Março (sexta e sábado). Cameron está previsto para falar no segundo dia do evento, depois das palestras do ex-vice presidente dos EUA, Al Gore, e do cientista que criou o termo diversidade biológica, Tom Lovejoy, além do anfitrião local, Eduardo Braga, governador do Amazonas. Depois de falas e debates em torno de teorias e experiências práticas, a palestra de Cameron deve coroar o evento com o toque artístico e figurado do que pode vir a ser o futuro indesejado da desenfreada degradação da natureza. É como se os participantes pudessem ver uma espécie de alerta imagético do que pode acontecer caso o homem não mude em suas atitudes reais. O filme de Cameron é impressionante em termos de inovação tecnológica, mas nem precisou sair dos velhos clichês para dar a uma moral da história incomoda: o ser humano tendo de buscar outros Mundos para explorar depois que usou o seu de maneira errada e o deixou estéril, mesmo que este “novo Mundo” tenha seres nativos com suas culturas e história próprias. Um enredo que lembra experiências reais da história, como a colonização norte-americana nas áreas indígenas centrais de seu território, a invasão nos campos sagrados das populações maias, incas e astecas da América Central, e a colonização do Brasil em cima dos povos que aqui já existiam antes do descobrimento.
É o recado para os homens do dinheiro que deve ser o melhor fator da presença de James Cameron, personalizado no seu blockbuster ambiental ganhador de 3 Oscar (Efeitos visuais, cinematografia e direção de arte), em Manaus. A organização do fórum espera ter a presença de 300 dos mais importantes líderes empresariais do país, e também de políticos influentes, que devem preencher a platéia do Tropical Hotel. Resta saber se o discurso ambiental da produção cinematográfica de Cameron vai ter efeito fora da sala de cinema não significando apenas um incremento na bilheteria acumulada de seus filmes premiados.

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