A nossa Amazônia!

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Foto: Arnoldo Santos/ Lago do Curuçá/ Rio Solimões/ Município do Careiro

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

O Pai de verdade tem de ser "nosso" todos os dias


Há momentos em que a gente se depara com questões muito profundas na nossa vida. Uma delas é a constatação de como é difícil, ainda mais hoje em dia, criar, educar, formar a personalidade, ser responsável por uma outra vida. Que seja filho, afilhado, sobrinho, irmão mais novo, primo pequeno, o que for. Mas é difícil competir com tanta informação que, travestida em valor moral, acaba por influenciar qualquer ser humano sem muita experiência de vida para este ou aquele lado da vida. Mas ao me deparar com um turbilhão de dúvidas, a resposta inequívoca vem na combinação de duas palavras: amor e presença.
Não há ser perdido no Mundo, em sua fase adulta, que não tenha sofrido, quando mais jovem, a solidão da família, leia-se: a presença de pai e/ou mãe. Adulto em dúvida hoje foi uma criança sem a força paterna (ou materna) para lhe conferir a força de tomar decisões. Adulto que se mostra um pai ausente não teve, quando mais jovem, o exemplo da atitude paterna de estar ao seu lado. Não provou da certeza de que “meu pai vai me ajudar caso eu precise”, ou mesmo “meus pais estarão aqui pra me acudir caso eu não tenha forças pra ir em frente”. Adulto que não sabe perdoar é porque não recebeu exemplos de perdão, de compaixão, de amor reparador consigo mesmo.
Pai e mãe são esteios. Assim como o pau-de-azimbre que segura a palafita durante a enchente, a presença dos pais segura qualquer dúvida, sana os medos, reforça a certeza. E quando o recuo da vida é necessário, eles estão lá pra dizer que recomeçar é o próximo passo. Não há amor sem a presença, porque é nela que se expressa o sentimento paternal ao filho.
Não há amor ao filho sem atitudes presenciais. Considerando também que este filho é fruto de um ato de amor. Por isso que, mesmo presente, a relação dos pais com os filhos tem de ser baseada no amor incondicional. Porque eu (pai) estarei sempre presente, mesmo que não fisicamente, pois a sensação necessária é a de que meu filho tem meu apoio, mesmo estando ele sozinho.
Não é fácil agir dessa maneira em uma vida moderna, preenchida ao extremo por compromissos profissionais e outros que não sejam exclusivamente voltados à família, ao convívio em família. Por isso, a presença tem de ser prioridade sempre. Mesmo que sejam momentos menos comuns, mas que sejam momentos profundamente vividos e otimizados. Uma peça de teatro do filho na escola, o jogo do campeonato interno, a explanação dele na feira de ciências. Qualquer momento assim, que faça o filho se sentir o melhor ator em cima do palco. Ator da vida, ator da vida dos seus pais, da sua família, mesmo que os pais não vivam juntos.
Presença sem amor não acontece naturalmente. Por isso ela precisa ser fomentada, incentivada pela mãe ao pai, pelo pai à mãe, pelos responsáveis pela vida dos pequenos da casa. Amor sem presença também não adianta muito. No final das contas, mesmo com dúvidas cotidianas, essa combinação ainda é a melhor fórmula. Pelos menos um grandiosíssimo começo. O resto vem com a prática. E praticar amor, de maneira presencial e explícita, é uma grande forma de viver a vida que Ele nos deu. E vivê-la plenamente, como Ele nos mandou viver. (Arnoldo Santos é pai de Júlia Santos, de 10 anos)

Um comentário:

  1. Prof. Arnoldo, há poucos minutos recebi informações valiosíssimas através da Oficina "Texto jornalístico para as Redes Sociais", na Fac. Boas Novas. Gostei de toda explanação, da maneira como foi conduzida. Agora, lendo este pequeno artigo, cresceu ainda mais minha admiração pela sua maneira simples e direta de abordar e ensinar assuntos importantes da/pra vida.
    Parabéns prof. Aplausos pra VC!!!!
    J. Cardoso (aluno 4º período - jornalismo - FBN)

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