E aí, Cabocadaaaaaa! Espia...
Esta
foto é de uma parede do palco do antigo curral do Garantido, em
Parintins. É a imagem do mestre Lindolfo, já idoso e de quando era
jovem.
Eu vi a imagem de uma parede... A parede da voz potente, que todos diziam que ele tinha.
A parede da persistência, em manter sua brincadeira de rua, apesar das dificuldade, que imagino já existirem naquele tempo.
Uma imagem em uma parede...a parede do amor do boi
branco...inexpugnável proteção contra as investidas do contrário que,
naquele tempo, acabavam em "purrada" mesmo, maninho...
Uma imagem na
parede... na parede da memória, que ela mesma simboliza, pela
quantidade de grandes momentos do boi que presenciou...
Uma imagem
da parede, que nem precisou de luz artificial para que a foto ficasse
visível... será que por ter luz própria aquela imagem? será que por ter
sido fotograda com o coração...e que o coração não precise de recursos
para ver tudo desanuviado...motivo simples para amar um boizinho branco,
é...justamente aquele que só tem um coração na testa...
Uma imagem
na parede... nada se mechia, mas tudo parecia bailar... dois para um
lado, dois passos para o outro lado... ao som das modinhas antigas que
estavam sendo entoadas por velhos cantadores da baixa...
Não, eu não estava bêbado... estava apenas admirando uma parede..
Literalmente, estava "rindo para a parede", feito leso...
Não, eu não estava bêbado...
Estava tão somente...
Feliz...
A nossa Amazônia!
Foto: Arnoldo Santos/ Lago do Curuçá/ Rio Solimões/ Município do Careiro
quarta-feira, 22 de maio de 2013
terça-feira, 21 de maio de 2013
Como se brinca na Baixa?

São quase seis horas... hora de fechar a casa pra carapanã não entrar..
É hora de tomar a bença dos mais velhos dos velhos...
E lembrar de páginas escritas no próprio livro da vida...
Foi numa noite quente de junho,
Eu vi o sorriso nos rostos dos curumins e cunhantãs da baixa...
Eu vi um caboco fazer a alegria de criançada, mesmo sem a cara pintada,
mas como se fosse um grande palhaço em seu picadeiro rubro...
Fábrica de sonhos... que não era Wonka, não era famoso, era sim um anônimo artista... mais um nascido por essas plagas mágicas...terra de parintintin...
Ele pegou um boizinho de pano e saiu dançando ao som de velhas toadas...
E a meninada foi atrás... numa cena impagável...daquelas que a gente só vê
nas ruelas, nos quintais, nos terreiros da 'banda da xanda'...
E a roda ficou animada...o boizinho, que é todo branco e só na testa tem vermelho, se tornara GIGANTE...o centro da roda...
Eu vi o sorriso nos rostos dos brincantes mais jitinhos...
Uma cena impagável...
E olha que eu não estava em cadeira especial, nem em camarote vip..
Estava bem pertinho mesmo... no meio do chão...
Para mim este ´o festival essencial... o resto é bumbódromo paridor de itens...
Para mim "é aqui que se brinca de boi, é assim que se brinca de boi"
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