A nossa Amazônia!

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Foto: Arnoldo Santos/ Lago do Curuçá/ Rio Solimões/ Município do Careiro

domingo, 20 de março de 2011

O projeto Quelônios do Uatumã: comunidade engajada pelo meio ambiente




Neste fim-de-semana, a comunidade Maracarana, localizada no rio Uatumã, entre os municípios de Presidente Figueiredo e São Sebastião do Uatumã, programou uma grande festa para comemorar o final de mais um ciclo de ações do projeto Quelônios do Uatumã. No pequeno porto da comunidade, um paraíso aonde se chega apenas pelo rio ou pelo ar (através de avião anfíbio), barcos de todos os tamanhos atracaram trazendo famílias inteiras que vieram acompanhar a soltura de 17,8 mil filhotes de quatro espécies de quelônios: Tartaruga-da-Amazônia, Iaçá, Tracajá e Irapuca.

Os ovos, que eclodiram em forma de filhotes, foram procurados, recolhidos e protegidos por cerca de trinta agentes voluntários de praia. Eles percorreram centenas de quilômetros de beira de rios onde as fêmeas, entre os meses de setembro e novembro, fazem a desova. Depois de recolhidos, os ovos são colocados em áreas cercadas e protegidas  que servem como incubadoras. Nelas, os filhotes se desenvolvem longe dos predadores naturais, mas principalmente da ação predatória do homem.
O projeto começou no ano de 1989 com o apoio do Departamento de Meio Ambiente da Eletrobras Amazonas Energia (DPM). Hoje, tem o apoio das prefeituras locais e é gerenciado pelo Centro de Preservação e Pesquisa de Quelônios Aquáticos (CPPQA) da Eletrobras. “O que a gente observa é que a cada ano há mais comunidades querendo se encaixar nessa carreira da conservação...”, diz o gerente executivo do DPM, Josefran da Silva.

A participação efetiva da comunidade é apontada como uma das causas principais do sucesso do projeto. Atualmente, a ação mobiliza cerca de 300 comunitários, fora os agentes voluntários. E já engloba pelo menos sete comunidades.  Gente que participa não só do trabalho direto de proteção e cuidado dos ovos, mas também das atividades educacionais do projeto. “As unidades de conservação nossas são muito difíceis de se manter o controle. Uma das ações que a gente tenta fazer é trazer a a essas áreas para manter a integridade delas é o programa de agentes voluntários. Cidadãos que moram nessas áreas e, voluntariamente, doam parte do tempo para ajudar a protege-las. A gente tenta fazer com que as denúncias colhidas pelos moradores cheguem ao órgão ambiental. É um desafio muito grande...”, avalia o coordenador do Centro Estadual de Unidades de Conservação (CEUC). As comunidade envolvidas no projeto ficam dentro da Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã.

Entre os agentes voluntários, encontramos exemplos de vida para as gerações atuais e futuras. Dona Nazaré Gomes (63 anos) é a matriarca da comunidade. Ela chegou na região do Uatumã no final dos anos 70, junto com o marido, para trabalhar na extração do pau-rosa. A família, composta de mais oito filhos, se fincou na área e, hoje, todos ajudam de alguma forma no projeto dos quelônios. Viúva há seis anos, Dona Nazaré resolveu ser agente de praia voluntária. Pra isso, fez um curso de trinta dias onde recebeu o treinamento para cuidar dos ovos e filhotes. Uma atividade que acabou no retorno dela à sala-de-aula. HOje, ela faz a sétima série do ensino fundamental nas aulas de educação de jovens e adultos. “A gente trata os bichinhos com tanto carinho. A gente se apega aos bichos. É um trabalho muito importante...”, resume a agente voluntária. 
Dona Nazaré Gomes, a matriarca da comunidade Maracarana
A agricultora Maria Valência (60 anos) também se diz orgulhosa de ajudar no projeto. “Eu tenho dois filhos morando na Europa. Mas prefiro a minha reserva. Lá, tem coisas bonitas, mas não tem floresta como a nossa...”, diz Maria Valência que fez questão de ir ao local da soltura.
Dona Maria Valência: ..."prefiro a minha reserva..."
A soltura dos filhotes no rio é motivo de comemoração para as comunidades envolvidas. No galpão principal, as crianças prepararam uma peça teatral para mostrar como é feito o trabalho dos agentes de praia. Visitantes que acompanharam a encenação ganharam bonés e camisas do projeto. Um barco levou os comunitários para o local da soltura. Os filhotes estavam dentro de caixas de plástico parecendo impacientes. Depois de nascidos, eles tinham ficado dentro de criadouros flutuantes. Agora, íam ganhar a liberdade. Os pesquisadores responsáveis pelo projeto estimam que a soltura feita um pouco mais tarde, poucas semanas depois dos ovos terem eclodido, dá em torno de 20% a mais de chances deles chegarem à idade adulta. “Quando eles são soltos aqui, já estão com o casco um pouco mais duro e isso dificulta mais a ação de predadores...”, explica o coordenador do CPPQA, Paulo Henrique Oliveira.
 
 Desde que começaram, as solturas organizadas de filhotes de quelônios já liberaram para o meio ambiente mais de 60 mil filhotes, principalmente de 2008 até agora, quando o trabalho ganhou mais adesão dos comunitários. E pelos números que vêm mantendo, as comunidades do rio Uatumã vão continuar fazendo a sua parte na busca pela sustentabilidade da relação do homem com o meio ambiente.

domingo, 13 de março de 2011

Ainda sobre o Restart

Sobre a polêmica em cima das declarações do músico da Banda Restart, acho que o texto publicado no site PutsGrilo resume, de maneira suscinta, objetiva e equilibrada, a questão. Uma maneira até de como tomar posição diante do assunto. 
Ao show do dia 1º (?) eu vou levar minha filha, agora, sob a própria vontade de estar presente e fazer alguma espécie de protesto. Não exclusivamente ao que ao dublê de artista falou sobre o Amazonas, mas sobre o preconceito como um todo, otimizado pela falta de conhecimento do povo sobre o nosso próprio povo.
Daí, que esta coisa chamada Restart, outro resultado inócuo da mídia, não me entra muito bem. Já não entrava. E, agora, virou um bolinho de croeira cru, ou seja, comeu morreu!

Fica minha sugestão de acesso:

http://www.putsgrilo.com/musica/banda-restart-e-a-gafe-sobre-manaus/

quarta-feira, 2 de março de 2011

Trânsito de que? Ruas pra quem? Calçada por onde?


A foto acima mostra a inscrição permanente (CUIDADO, POSSO PARAR) que fica na traseira de todo microônibus alternativo/executivo que circula em Manaus. No final das contas, pensando bem, poderia ser uma inscrição diferente. Quem sabe: Cuidado! Posso parar a qualquer momento, em qualquer lugar, de qualquer maneira e você, motorista que vem atrás, tem de se virar pra não me bater e ainda ter paciência pro meu abuso!
É porque, da maneira que eu vejo esses veículos pararem nos lugares mais inoportunos da cidade, é a única conclusão que tiro para o ditado afixado nos mesmos, e ainda com o símbolo da Prefeitura de Manaus.
É apenas um exemplo dos motivos de estresse para quem é bom motorista e pratica a cidadania no volante pelas ruas desta cidade tão fantástica que é Manaus.
Depois, partimos para os maus exemplos dos maus motoristas. Aleatoriamente, começamos pelo Colégio Adalberto Valle (centro) onde, todas as manhãs, dezenas de pais e mães estacionam por vários minutos seus carros em fila dupla, na rua Tapajós, causando um tumulto naquela pequena rua que dá na rua Ramos Ferreira. Fico admirado como eu vejo as dondocas estacionarem na maior cara-de-pau seus carrões literalmente no meio da rua, às vezes trancando os que estão próximos da calçada. É demais!
Abuso no sábado de noite, os carrões de granfinos que ficam em fila dupla em frente àquele hotel, inaugurado recentemente, na rua Paraíba, logo depois da esquina com a rua Natal, do posto de gasolina.
E os motoqueiros que fazem das calçadas a rua em vários pontos da cidade. Por exemplo, na rua Salvador, na esquina com a antiga Recife. Na saída da avenida das Torres na Alameda Cosme Ferreira, pouco antes do viaduto do Coroado. Mas em vários outros pontos da cidade, repetindo.
E por aí, vão os exemplos de maus exemplos que os motoristas malas espalham por aí... Somos civilizados mesmo?

terça-feira, 1 de março de 2011

Internautas usam e abusam da rede para falar da chuva

Parece Lei de Murphy mesmo! No dia em que eu preciso chegar mais cedo à faculdade, cai maior chuva em Manaus e deixa a cidade um caminho tortuoso. Da Faculdade Nilton Lins até a Boas Novas (Aleixo), uma via crucis com vários momentos de queda. Em várias partes da cidade, entre 17h e 20h, vários jornalistas, e outros profissionais, mandaram seus relatos, principalmente pelo Twitter.Renata Fonseca, do Emtempo, desabafou: "RT: @fqrenata: ta explicado porque quando chove o transito fica um caos. Tem mt motorista burro que atravanca o transito. Aff...".
O Twitter serviu até para consulta de quem estava precisando se inteirar da situação. Um guia rápido sobre a muvuca que estava a nossa Manaus, com foi o "RT: @GutoJornalista: @TransitoManaus  ja pode sair de casa pra jantar?  como ta a região do parque 10 proximo a bola do mindu?".
Tentando vir para a Faculdade Boas Novas, Polyana Brelaz parecia pedir socoro: "RT: @polybrelaz: Socorroooooo ! Uma hora de congestionamento, tá dando caimbra no meu pééé..".
Enquanto isso, o pessoal que vigia o trânsito mandava as notícias: "RT: @TransitoManaus: rua Pará totalmente parada (via @katiapinheiro13)".
Pra completar, teve gente ainda que se dispôs a registrar o caos e enviar para vários endereços de email, incluindo meios de comunicação e jornalistas correspondentes, como eu, em uma forma de ajudar. Meu obrigado à Juliana Marinho, que enviou a foto da Av. Eduardo Ribeiro, na frente do prédio da Alfândega, alagada.